Pular para o conteúdo

UM SOPRO NA BRASA…

abril 1, 2016

Motivos não faltam para resgatar aquela disposição de lutar contra a obra do Rodoanel Norte, como relatam as centenas de postagens deste blog…

É que a obra segue na sua sanha de serpente devoradora do verde e do respeito à sustentabilidade…

Tá bom o estrago na Cantareira ou quer mais? (foto: O Leão da Cantareira - nº 209)

Tá bom o estrago na Cantareira ou quer mais?                                                                                                                                 (foto: O Leão da Cantareira – nº 209)

Mas uma sopro bateu na brasa quase apagada, reavivando a vontade de brigar, no encontro de um grupo de moradores da Zona Norte, ontem, com o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ravena, na sala de reuniões da Secretaria Municipal de Relações Governamentais, prédio da prefeitura. A pergunta que não quer calar: onde estão as compensações da obra do Rodoanel Norte?

O secretário Ravena, formado em Economia e Direito, foi claro e objetivo: a SVMA tem sérios limites de atuação: 1º – porque se trata de uma obra estadual; 2º – porque em gestões anteriores a própria SVMA deu autorização formal para a obra iniciar, e 3º – segundo o secretário, ainda não se sabe exatamente qual o volume de impactos e desmatamentos a obra vai gerar, uma vez que ela está em andamento e tem feito mudanças no traçado, impedindo uma definição clara do impacto.

rodoanel2

Secretário Rodrigo Ravena (de terno) em reunião com o tema principal: compensações da obra do Rodoanel Norte.

Vale lembrar que em 10/09/2014 uma grande reunião (veja AQUI e AQUI) aconteceu na SVMA, com a presença do então secretário Wanderlei Meira, representantes da DERSA e da SMDU, subprefeito de Casa Verde/ Cachoeirinha e técnicos da SVMA. A proposta era a criação de um comitê municipal para acompanhar de perto a obra, seus impactos, cobrar mitigações e compensações… Mas esse tal comitê, se é que foi montado, nunca se reuniu…

O Poder Público, infelizmente, não veste a camisa dessa situação, não se articula para ao menos minorar, com dignidade, o estupro causado por tamanha obra rasgando a serra da Cantareira a menos de 12 km da Sé. Ou só fará isso se for muito pressionada pelo Poder Popular, pela comunidade. Por isso dá aquele gostinho de retomar a resistência, aquela luta que teve força de atrasar a obra, mas não conseguiu impedi-la.

Agora é a hora de brigar pelas justas e necessárias compensações ambientais. Para o prejuízo não ser total.

ET.: tem tudo a ver essa reunião ter acontecido na Secretaria Municipal das Relações Governamentais: é que o secretário José Américo, verdade seja dita, e ainda que isso desagrade a alguns, foi o único então vereador de São Paulo a se insurgir contra a obra (veja AQUI). Nenhum outro vereador deu a mínima pelota para a Transamazônica que vai levar caminhões e facilitar invasões na serra da Cantareira.

One Comment leave one →
  1. Dário Coccato permalink
    setembro 23, 2016 4:26 am

    É impressionante como se comete crime ambiental devastador como esse do rodoanel, a título de retirar os caminhões e veículos pesados do centro urbano. Mais atordoante ainda, é constatar, que as Secretarias e organismos públicos que tratam do verde e meio ambiente, fecharam os olhos e as portas para o trecho norte em sua defesa e fiscalização. Eu fui um dos primeiros a falar em ferroanel e, indo além, numa ação conjugada, criando a modalidade VUC – Veículo Urbano de Carga – até 6t, Entreposto de Ceagesp(horti fruti granjeiro) e Armazéns Gerais, ao longo do ferroanel, em pontos devidamente estudados.Na verdade essa rodovia deveria ser em forma de ferradura, poupando a nossa Serra da Cantareira, que não é mais nossa. Só nos resta exigirmos a contrapartida prometida antes do início da obra: proteção da borda da Serra e isolação urbana ao longo da rodovia através de Parque linear.

Deixe um comentário