“VAI SER UMA CATÁSTROFE PARA A CANTAREIRA!”
outubro 5, 2011
Uma aula-magna do professor emérito da USP, Aziz Ab´Saber, marcou a Macumba Antropofágica pela Serra da Cantareira, no Teatro Oficina, na noite de 03/10. Forças culturais e esotéricas foram chamadas para ajudar no processo de salvação da Serra da Cantareira. A humanidade está em uma encruzilhada. Ou cria novos paradigmas de desenvolvimento, para reverter os danos em curso, ou dará passos largos rumo ao tenebros período de sofrimento sócio-ambiental. Quando o professor, do alto de sua sabedoria de 87 anos, explica toda a geomorfologia dos terrenos paulistas, e nos diz: Vai ser uma catástrofe para a Cantareira!, a preocupação assoma.
Antes, Zé Celso, diretor há 53 anos do Teatro Oficina, ergueu uma taça de vinho, evocou Baco e as forças da Natureza em apoio à Serra da Cantareira. Eu nem podia estar aqui, estou em tratamento dentário, 2ª-feira é o meu dia de folga depois de um fim de semana de espetáculos desgastantes, mas eu tinha que estar aqui!
Durante, a musa das artes foi evocada através da linda música “Cantareira”, composta pelo maestro Edmundo Villani-Côrtez, que a executou ao piano, e cantada pelo tenor Lenine Santos, arrancando uivos de admiração entre os presentes ao puxar a lembrança do trenzinho da Cantareira.
Depois, São Francisco trouxe a mensagem cristã ambiental de Paz com a natureza. Mauro Victor lembrou que a parte técnica foi feita, com o contra-RIMA entregue para a equipe do BID analisar. Agora fomos buscar as forças cósmicas, telúricas, primevas.
E finalmente, quatro mulheres – Amanda Negra Sim, MC Gra, Nathy Prajah e DeDeus MC trouxeram o Hip Hop nativo do coração do Bexiga para unir forças e alegria na leitura do Manifesto pela Cantareira, em favor de São Paulo.
Registre-se a presença da imprensa – UOL, MetroNews, Carta Capital, cobrindo essa legítima manifestação dos que se posicionam a favor da preservação incondicional da Serra da Cantareira.
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Os signatários do rodoanel.
Cássio Cooke em seu livro Percepções da Essência, cita uma consideração de Carl Gustav Jung, forte e atual: “…Um grupo de pessoas, ainda que composto de indivíduos admiráveis, revela a inteligência e moralidade de um animal pesado, estúpido e predisposto à violência. Quanto maior a organização, mais duvidosa é sua moralidade e mais cega sua estupidez. A sociedade, acentuando automaticamente as qualidades coletivas de seus indivíduos representativos, premia a mediocridade e tudo que se dispõe a vegetar num caminho fácil e irresponsável. É inevitável que todo elemento individual seja encostado na parede. Tal processo se inicia na escola, continua na universidade e é dominante em todos os setores dirigidos pelo Estado. Quando o corpo social é mais restrito, a individualidade de seus membros é mais protegida; neste caso serão maiores sua liberdade relativa e o grau de sua responsabilidade consciente. Sem liberdade não pode haver moralidade. A admiração que sentimos diante das grandes organizações vacila quando nos inteiramos do outro lado de tais maravilhas: o tremendo acúmulo e intensificação de tudo o que é primitivo no homem, além da inconfessável destruição de sua individualidade, em proveito do monstro disfarçado que é toda grande organização. O homem de hoje, que se volta para o ideal coletivo, faz de seu coração um antro de criminosos. Isso pode ser facilmente verificado pela análise de seu inconsciente, ainda que este não o perturbe. Se a “adaptação” ao seu ambiente é normal, nem mesmo a maior infâmia de seu grupo o perturbará, contanto que a maioria dos companheiros esteja convencida da alta moralidade de sua organização social.”
Completa Cássio Cooke: “… Seguindo inconscientes, criamos e adoramos ídolos frívolos e perecíveis, seguimos exemplos estúpidos e estéreis, repetimos sentenças repugnantes e eméticas, buscamos conhecimento fugazes e rasteiros e almejamos conquistas vazias e vulgares…
Rodoanel na Cantareira Não!
Carl Gustav Jung – Sempre explicando em profundidade a essência do ser humano e suas diversas manifestações. Citação digna de análise e aplicabilidade em nosso cotidiano.
Como brasileiro, paulista e paulistano, aluno em busca do conhecimento e do equilíbrio, agradeço a todas as pessoas que de qualquer maneira vem ao longos dos tempos lutando contra a depredação da nossa floresta da Serra da Cantareira………